data-filename="retriever" style="width: 100%;">Quando ouço ou leio noticiosos se referirem ao "voto impresso", fico analisando a intenção subjacente do jornalista, se honesta ou enganadora. Desde há quase 30 anos, o voto deixou de ser impresso. Não existe mais no Brasil. O voto é eletrônico e continuará sendo daqui por diante. Quando alguém usa o termo voto impresso, ou é uma inadequação de linguagem ou uma intenção velada de embair o leitor ou o ouvinte. A esquerda furiosa, geralmente mal intencionada, usa esse termo para sugerir ao cidadão que a proposta é uma regressão maleva aos velhos tempos de manipulação dos papéis impressos, em que a fraude corria solta, ao sabor dos donos do poder.
O que se pretende atualmente, pela manifestação de expressivas parcelas da cidadania, é instituir um "comprovante impresso" do voto inserido na urna eletrônica. Esse comprovante, capaz de ser auditado, representará um salto de segurança e honestidade que conferirá às nossas eleições o respeito e a veracidade, hoje postas em dúvida por brasileiros e estrangeiros. Esse aperfeiçoamento pretendido já foi adotado por inúmeros países e, até mesmo, no Brasil.
A Lei nº 9.504, de 30/09/1997, assinada por Henrique Cardoso, já determinou que se adotasse essa providência. Em 2015, após as questionadas eleições de 2014, o Congresso voltou a tratar desse assunto através do PL 1174/2015. O assunto, portanto, não é novo e vem à tona sempre que se deseja sanear nosso sistema eleitoral. Como sempre, também, as forças ocultas que dominam esta Nação, se articulam no propósito de conservarem seus estratagemas. Como disse Lula em comício na Bahia, em 1914: "- eles não sabem o que podemos fazer...".
Existe no Youtube um vídeo com a entrevista que o engenheiro Carlos Rocha, um dos responsáveis pela criação das urnas eletrônicas em 1995/96, onde ele afirma que existe um grande desfasamento tecnológico entre aquela data e o que hoje poderíamos ter. De início, ele diz que a centralização da totalização dos votos nas mãos de "um pequeno grupo" de funcionários do STJ, confere um poder inconcebível a um grupo fechado. Fala que a regionalização da totalização, em cada Estado da Federação, como fazem nos EEUU, seria muito mais confiável e passível de ser auditada. Cita a necessidade de uma auditoria externa ao STJ, que conferisse os programas antes e depois das votações.
Refere o despreparo dos juízes do STF para comandar a parte técnica dos registros eletrônicos, ficando jungidos a técnicos do STJ, sem uma auditoria competente. Lembra que os partidos poderiam ter técnicos de confiança nos locais de votação e de totalização dos votos, como já existe na regulamentação do STJ essa possibilidade, mas que não é exercida de maneira eficaz pelos partidos atuais. Ele discorre, com visível competência, sobre os meios disponíveis de certificação eletrônica do voto e de auditagem das urnas que poderiam ser feitas até mesmo nos locais de votação. Ouvindo esse engenheiro, nos vem a certeza de que existe uma vontade soberana comandando o processo de manutenção do "status quo" das urnas capaz de manipular resultados ao sabor de conluios político-partidários. Essa incerteza na democracia das urnas é que vem agitando a opinião pública, provocando um confronto permanente entre as facções políticas opostas.
Ainda há tempo hábil para que se encontre meios de harmonizar a Nação. O Brasil precisa desenvolver um clima de paz social para que o povo volte a trabalhar. Aqueles que persistem na agitação da sociedade, promovendo acusações persecutórias inconsequentes, são os verdadeiros inimigos da Pátria. Dizendo-se paladinos da justiça, não confiando nos votos, querem se assenhorear do poder pelo aparelhamento que fizeram nas instituições governamentais e serão necessários, ainda, vários anos para que tudo seja expurgado. Confiamos que, de maneira ampla, a cidadania está consciente de tudo e saberá votar.